Brasil 500 anos
Divisão de Bibliotecas e Documentação
PUC-Rio
 

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As Obras

SANTAREM, Manuel Francisco de Barros, Visconde de.     Recherches historiques, critiques et     bibliographiques sur Améric Vespuce et ses     Voyages, par M. de Le Viconte de Santarem, membre     de plusieurs Académies et de la Societé de Géographie     de Paris, et de la Sociéte Royale de Géographie de     Londres. Paris: Arthur Bertrand, Libraire de la Sociéte de     Geographie, [1842].

Manuel Francisco de Barros Santarem, 2o. Visconde de Santarem, nasceu em Lisboa, em 1791, e faleceu em Paris, em 1856.

Era ainda jovem e estudante quando veio para o Rio de Janeiro, acompanhando a Família Real portuguesa. Na nova sede do Império português dedicou-se, de imediato, ao trabalho de reunir e classificar documentos diplomáticos portugueses, revelando-se de tal modo importante o trabalho que realizava que obteve permissão para permanecer na cidade quando, em 1814, foi nomeado Conselheiro da embaixada devendo acompanhar Antônio Saldanha da Gama ao Congresso de Viena. Naquela mesma ocasião, foi incumbido de redigir as memórias que deveriam servir de orientação para os representantes portugueses no litígio com a Monarquia espanhola sobre as possessões na América do Sul.

Depois de nomeado conselheiro da embaixada portuguesa em Paris, retornou ainda uma vez ao Brasil, indo em seguida para a Dinamarca como encarregado de negócios. Regressaria a Lisboa, onde prosseguiria suas pesquisas de documentos diplomáticos na Torre do Tombo; por se opor ao regime constitucional estabelecido pelo movimento revolucionário de 1820, retirou-se para Paris, somente regressando a Portugal quando do retorno de Dom João VI a Lisboa. 

Pesquisador pertinaz, estudioso e erudito, ao Visconde é atribuída a criação da palavra cartografia, por Armando Cortesão. Foi pelo estudo da cartografia que o Visconde de Santarem demonstrou que somente a partir de 1548 as cartas apresentam a América Meridional como um continente, abandonando assim os cosmógrafos as teorias de Estrabão e Macróbio.

Sua obra Recherches historiques, critiques et bibliographiques sur Améric Vespuce et ses Voyages inscreve-se nas discussões a respeito dos pontos controversos da Descoberta do Brasil.