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DENIS,
Ferdinand.
Une fête brésilienne. Célébrée
a
Rouen en 1550 suivie d'un fragment du XVI siécle roulant
sur la théogonie des anciens peuples du Brésil et des
poésies en langue tupique de Christovam Valente par
Ferdinand Denis. Paris: J.
Techener, Libraire, 1850.
No dia 1º
de outubro de 1550, a cidade de Rouen, capital da província normanda,
ofereceu uma "fête brésilienne" ao rei da França Henrique
II e à sua mulher Catarina de Médici. Fabricantes de tecidos
e comerciantes de pau-brasil pretendiam convencer os soberanos a fundar
uma colônia nas terras americanas pertencentes a Portugal. Às
margens do Sena, foram construídas algumas aldeias indígenas,
povoadas por trezentos índios tupis, dos quais somente uns cinqüenta
eram autênticos. Os demais eram marinheiros normandos, freqüentadores
do litoral brasileiro, e prostitutas, todos despidos para a encenação
da vida tupinambá: cozinhavam, fumavam tabaco, deitavam em redes,
caçavam e travavam batalhas.
Esta fantasia é o
tema do livro Une fête brésilienne, publicado em Paris
em 1850.
Seu autor era o francês
Ferdinand Denis (1798 – 1890), que empreendera uma viagem à América
do Sul em 1816, onde ficou até 1821, regressando por Portugal e
Espanha, ocasião em que estudou as literaturas respectivas.
Ao publicar as Scénes
de la Nature sous les Tropiques, em 1824, Ferdinand Denis tinha
como finalidades "acentuar a influência da natureza sobre a imaginação
dos homens que vivem nos países quentes, e desvendar aos europeus
o partido que podem tirar das grandes cenas de que freqüentemente
têm apenas uma idéia imperfeita" , uma vez que o clima
e o aspecto da natureza "exercem uma influência direta sobre a
inspiração poética". No entender do crítico
Wilson Martins, tinha início a carreira de um "tropicologista",
mais que de brasilianista, e não por outra razão deve-se
situar em F. Denis, mais do que em Gonçalves de Magalhães,
a fonte primeira do nosso romantismo. |